A dança desenvolve a coordenação motora, melhoria da postura, integração social, superação da timidez e também tem sido recomendada por diversos profissionais da área da saúde para liberar as tensões do dia a dia.

Por conta disto, O Estúdio de Dança Flávia Rodrigues conta com profissionais em diversas modalidades de dança;



Ballet, Country, Dança de Salão, Dança do Ventre, Flamenco, Jazz, Sapateado e Street Dance.

Unidade PIRITUBA: (11) 3642-1360

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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

História da Dança de Salão .:: Parte 2 ::.

Entre as re-significações da dança ocorridas no Renascimento europeu, há que se destacar o aparecimento de versões mais acessíveis às classes menos favorecidas. Hoje, estas últimas são mais conhecidas pelo nome genérico de dança de salão. No Brasil, os espontâneos saraus dançantes do século XIX deram lugar a dança de salão de aprendizado, a partir de 1914, quando a suíça Louise Poças Leitão, evadindo-se da I Guerra Mundial, aportou em São Paulo.

Ensinando valsa, mazurca e outros ritmos tradicionais para a sociedade local, Madame Poças Leitão criou tradições e discípulos que continuariam seu trabalho. No Rio de Janeiro, a dança de salão cresceu nas mãos de Maria Antonieta que, com a ajuda de várias correntes de professores, tornou sua prática uma forma de ensino popular. No Brasil como um todo, a dança de salão constituiu-se por influências difusas das chamadas Danças Internacionais Populares em diferentes modismos no tempo e no espaço.

Dentre as danças difundidas, há que se destacar aquelas hoje utilizadas no ensino das academias, clubes, e outras instituições, tais como o Batuque, dança de origem africana por requebros, palmas, sapateados, acompanhados ou não de canto; o Bolero, uma das raízes do mambo, chá chá chá e salsa, que nasceu na Inglaterra, passando pela França e Espanha com nomes variados; o Chá chá chá, dança derivada do Danzon Cubano, cujo nome foi tirado do barulho feito pelos dançarinos nas pistas de dança; o Forró, designação popular dos bailes com danças populares encontrados no nordeste do Brasil; o Lundum, conhecido também como lundu, landu ou londu, de origem africana, baseada em sapateados, movimentos acentuados de quadris e umbigadas; o Mambo, que nasceu em Cuba tendo como origem os ritmos afro-cubanos derivados de cultos religiosos no Congo; o Merengue, um ritmo veloz e malicioso, nascido na República Dominicana; a Lambada, que nasceu da adaptação do Caribó em 1976, em Belém do Pará; o Pagode, uma variação do samba que apresenta caraterísticas do choro, tem estilo romântico e andamento fácil para dançar, tendo grande sucesso comercial no início da década de 1990 no Brasil.

Outras modalidades para a prática de ensino no Brasil são o Rock and Roll, um estilo musical que nasceu nos EUA em meados da década de 1950, por evolução e assimilação de outros estilos, tornando-se uma forma dominante de música em todo mundo; a Rumba, um embalo sensual que nasceu como dança da fertilidade em que os passos dos bailarinos imitavam a corte dos pássaros e animais antes do acasalamento; a Salsa, ritmo musical desenvolvido a partir da segunda metade do século XX com contribuições da música caribenha e de danças folclóricas daquela região, dançada com acompanhamento de instrumentos de percussão; e o Samba, dança popular com origens africanas, cuja coreografia segue o ritmo com compasso binário, tocado por instrumentos de corda (cavaquinho e vários tipos de violão) e de percussão. Esta última modalidade manifesta-se especialmente no Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Como ritmo musical, o samba nasceu e se desenvolveu nas primeiras décadas do século XX, instalando-se nos bairros da Saúde e da Gamboa, no Rio de Janeiro. Variações ocorreram também no final da década de 1920 e início da década de 1930, surgindo o samba-enredo, o samba choro e o samba-canção.

Também nessa fase nasceu o samba dos blocos carnavalescos dos bairros do Estácio e Osvaldo Cruz, e dos morros da Mangueira, do Salgueiro e São Carlos, com inovações rítmicas que ainda persistem. A partir dos meados da década de 1940 e ao longo da década de 1950, a samba sofreu nova influência de ritmos latinos e americanos, surgindo assim o samba de gafieira. Embora mantenha sua originalidade, com a Bossa Nova, em 1950 fundiu-se com jazz , gerando uma versão de ritmo internacional.

Finalmente há de se cogitar do Tango como opção de ensino, que surgiu como criação anônima dos bailes pobres e marginais de Buenos Aires no final do século XIX. Evoluiu a partir do candomblé africano, do qual herdou o ritmo; da Milonga, da qual herdou a coreografia e da Habanera, da qual herdou a linha melódica. Acrescente-se ainda a Valsa, uma dança de salão derivada do Ländler em 1770 e 1780, popular na Áustria, Baviera e Boêmia, caracterizando-se pelo compasso ternário da música, pelos passos em que os pés deslizam pelo chão e pelos giros dos pares; o Xote, um tipo de dança de salão de origem alemã, popular no Nordeste e no Sul do país, executada ao som de sanfonas nos bailes populares, que chegou ao Brasil em 1851 pelo professor de dança José Maria Toussaint, que a chamava de schottische ou xótis; e a Dança do Ventre, uma dança originada no Egito Antigo, onde os rituais integravam pessoas entre si, por meio de movimentos que representavam os animais e seus aspectos divinos, assim como os quatro elementos da natureza e suas divindades.

A Dança foi divulgada, sempre ligada à música e a ritmos de percussão, respeitando, no entanto, a improvisação. Chega ao Brasil com Shahrazade – que verteu o nome ”Raks el Chark” para dança do ventre –, dançarina que procurou inovar, por inclusão da influência cultural brasileira aos movimentos já existentes.

Fonte de Pesquisa: Internet

sábado, 21 de novembro de 2009

Um pouco sobre a história da dança de salão no Brasil

A dança é uma das manifestações artísticas mais antigas da humanidade. Teve origem nos gestos e movimentos naturais do corpo humano para expressar emoções e sentimentos, a partir da necessidade de comunicação entre os homens.

Inicialmente, a dança integrava rituais dedicados aos deuses, objetivando pedir auxílio para a realização de boas caçadas e pescarias, para que as colheitas fossem abundantes, para que fizesse sol ou chovesse. A dança fazia parte, também, de manifestações de júbilo e congraçamento pela vitória sobre inimigos e por outros eventos felizes.

Com o passar do tempo, cada povo desenvolveu suas próprias formas e estilos de dançar, caracterizando suas diferentes culturas, da mesma forma que a música, o vestuário, a alimentação, etc. marcam o jeito de ser próprio de cada sociedade.

Dependendo de seus objetivos, surgiram diversos tipos de dança: a guerreira, a teatral, a ritual ou religiosa, a popular ou folclórica (geralmente dançada em festas populares, em grupos e ao ar livre), o balé clássico e a dança moderna (artísticos e mais voltados para espetáculos), a dança social ou de salão, a dança esportiva, o balé no gelo ou patinação artística e outros tipos. A dança esportiva e a patinação artística são modalidades de caráter competitivo e estão em processo de inclusão entre os esportes olímpicos.

A dança social ou dança de salão é praticada por casais, em reuniões sociais e surgiu na Europa, na época do Renascimento. Pelo menos desde os séculos XV e XVI, tornou-se uma forma de lazer muito apreciada, tanto nos salões dos palácios da nobreza, como entre o povo em geral. É chamada de social por ser praticada por pessoas comuns, em festas de confraternização, propiciando o estreitamento de relações sociais de amizade, de romance, de parentesco e outras. De salão, porque requer salas amplas para os dançarinos fazerem livremente suas evoluções e porque foi através da sua prática nos salões das cortes reais européias que este tipo de dança foi valorizado e levado para as colônias da América, Ásia e África, sendo divulgado pelo mundo todo e transformando-se num divertimento muito popular entre diversos povos.

A dança de salão chegou ao Brasil trazida pelos colonizadores portugueses, ainda no século XVI, e mais tarde, pelos imigrantes de outros países da Europa que para cá vieram. Num país como o Brasil, com tão fortes e diferentes influências culturais, não tardaram a se mesclar contribuições dos povos indígenas e africanos, num processo de inovação e modificação de algumas das danças européias importadas, bem como de surgimento de novas danças, bem brasileiras.

O Rio de Janeiro, na medida em que foi capital do Brasil desde o período colonial até 1960, sempre foi o polo irradiador de cultura, modismos e inovações em geral para o resto do país.

Em 1808, a corte portuguesa transferiu-se para cá e trouxe consigo muitos dos gostos e hábitos sociais europeus daquela época, inclusive as danças que estavam na moda e o costume dos bailes freqüentes. Durante todo o século passado, qualquer evento era motivo para um baile: aniversários, noivados, casamentos, formaturas, datas cívicas, visitas de parentes e amigos, etc.. Professores de dança europeus, especialmente os franceses, eram contratados para manter os membros da nobreza brasileira em dia com as danças que estavam na moda nas mais importantes capitais européias.

Após a proclamação da república, o gosto pelos bailes continuou forte, entre os cariocas, tornando-se cada vez mais populares e freqüentes, a ponto do consagrado poeta Olavo Bilac comentar, num artigo de 1906, para a revista Kosmos: "...no Rio de Janeiro, a dança é mais do que um costume e um divertimento; é uma paixão, uma mania, uma febre. Nós somos um povo que vive dançando".

Na passagem do século XIX para o XX, as danças da moda eram a valsa, a polca, a contradança, a mazurca, o xote e a quadrilha. Sim, a quadrilha que, naquela época, era uma dança refinada, apropriada aos salões aristocráticos. O próprio Imperador D. Pedro II foi um grande apreciador das quadrilhas, dançando todas que eram tocadas nos bailes a que comparecia. Só mais tarde, muito modificada, esta dança virou a quadrilha caipira das festas juninas, como a conhecemos hoje.

Até a década de 1960, os bailes eram um dos eventos sociais mais importantes e populares para os cariocas de todas as idades e camadas sociais. Nos bailes, as pessoas se divertiam, faziam negócios e novos amigos, muitos namoros começavam, enquanto outros casais faziam as pazes, depois de brigas e desentendimentos. Muitas vezes, até problemas de ordem política e econômica, que afetavam o país, eram discutidos em bailes diplomáticos e outros, aos quais compareciam dirigentes da nação.

O aparecimento e o período áureo das discotecas - em que os casais passaram a dançar sem se tocar, de uma forma mais livre e solta e até sem necessidade de parceiro(a) - levaram a dança de salão a cair num semi-esquecimento, pelo menos nas grandes cidades, por um período de vinte anos, mais ou menos. Foi a vez das luzes e ritmos das discotecas assumirem um papel de destaque na vida social, substituindo os bailes tradicionais, onde os casais dançavam juntinhos.

A dança de salão não desapareceu, mas passou a ser vista como uma manifestação fora de moda, praticada por pessoas mais velhas e conservadoras ou por membros de camadas sociais menos favorecidas, no interior do país e nas periferias das grandes metrópoles. Desde meados dos anos '80, porém, a dança de pares enlaçados vem retornando com toda a força, retomando o lugar de destaque que sempre ocupou na vida social urbana. Multiplicam-se seus adeptos e os lugares para dançar a dois, num movimento forte e abrangente, que parece ter vindo para ficar.

Os professores de dança de hoje se organizam em academias e escolas, onde também são realizados bailes para seus alunos poderem praticar. Essas academias estão formando um número cada vez maior de dançarinos. Há concursos e espetáculos, que incentivam os dançarinos a se aprimorarem e que estimulam a profissionalização de muitos deles. Desta maneira, estão surgindo cada vez mais profissionais da dança de salão, vários deles formando companhias de dança para mostrar sua beleza e divulgá-la através de espetáculos cada vez mais sofisticados tecnicamente.

O sucesso internacional da lambada, nos anos '80, facilitou o caminho de redescoberta da dança a dois pelos mais jovens, nascidos e criados ao som dos ritmos de discoteca. E voltando a cair no gosto do público jovem, a dança de salão vem passando pelo processo de renovação e expansão a que todos nós estamos testemunhando, no momento.

Os ritmos dançados nos bailes cariocas, atualmente, são: o samba e o chorinho, bem cariocas; o bolero (e outros ritmos relativamente lentos, que podem ser dançados como o bolero); ritmos mais rápidos, como o rock e outros, que são dançados de uma forma genericamente chamada de "soltinho"; a salsa e o merengue; assim como, em bailes especiais, para seus apreciadores, a lambada e o zouk, bem como o tango, a milonga e a valsa (dançada à maneira dos argentinos).

A dança de salão é uma das mais tradicionais e fortes características culturais brasileiras. É uma expressão alegre e espontânea de seu povo, com seus ritmos e formas de dançar próprios, que despertam a atenção e a admiração dos turistas estrangeiros. Seu potencial cultural, educativo e turístico é enorme e, mais uma vez demonstrando sua vocação de metrópole formadora de opinião para o resto do país, o atual jeito carioca de dançar vem sendo rapidamente divulgado entre os outros estados brasileiros, o que não quer dizer que os outros estados não tenham, também, seus ritmos preferidos e suas formas próprias de dançar. A riqueza e a diversidade da dança de salão em território brasileiro é grande e é isto que a torna tão atraente para nós mesmos e para os estrangeiros: o brasileiro é um dançarino nato, extremamente criativo e musical.

No entanto, a história e as muitas facetas e características deste lazer popular ainda são pouco estudadas e conhecidas, entre nós. Assim sendo, o intuito deste artigo é contribuir para o conhecimento e a divulgação deste patrimônio cultural do povo brasileiro, especialmente entre aqueles mais interessados no assunto, isto é, os próprios dançarinos e profissionais da dança de salão.


Jussara Vieira Gomes
Historiadora e Antropóloga
Dançarina e Pesquisadora de Dança de Salão